Exatamente, três anos se passaram e as ferrovias, nada! A Norte-Sul continua incompleta com apenas 682 km, somando-se os quatro trechos, transportando 33,5 milhões de toneladas de cargas até o porto de Itaqui. 40 milhões é o volume anual estimado de insumos de gêneros agrícolas a serem exportados em trechos.
Estamos longe do ideal ferroviário necessário, em nível nacional como modo de transportes por sobre trilhos, no sistema viário.
O governo se prepara para leiloar dois novos trechos, em um bloco no próximo ano. São: Porto Nacional (TO) e Ouro Verde/Anápolis (GO) a Estrela d´Oeste (SP). Minha crença no que creio, como ferroviário aposentado, é que as autoridades vão investir no modo ferroviário.
A obra já consumiu R$ 28 bilhões e tem menos da metade de seu trajeto concluído, “no tempo e no espaço”, desde o início das operações. O jornal Folha de São, de 13/5/17, na pag. A-10, publica a manchete: “ 30 anos de um escândalo.” Seria corrupção?
Todos sabem que a Procuradoria Geral da República designou um representante das investigações. No Congresso Nacional, foi instalada uma CPI. Nada vezes nada, foi apurado no contexto, como o esperado.
Consta que as empreiteiras que estão na Lava-Jato eram participantes do conluio em torno da Norte-Sul, diz a reportagem da Folha.
Numa competição “surda” nessas três décadas, a educação, a saúde, a habitação, a segurança, as ferrovias, a mobilidade urbana vêm perdendo para avalanche de corrupção que assola as estatais e o governo (União), movida pelos anjinhos honestos de Brasília e de outras plagas.
Tudo bem que algumas reformas são necessárias e inadiáveis, mas não pode esquecer-se do sistema viário e ser conectado, principalmente, o modo ferroviário, desprestigiado há mais de 30 anos por vários governos. O presidente Temer não está dando tratos a bola para este modal.
A população pergunta: “Cadê as ferrovias”? Quando terão igual tratamento ao das rodovias, a princesa das autoridades executivas e dos parlamentares? Pra mim, essa publicidade do governo de muitas realizações em um ano de gestão só se justificaria se o Brasil-continente estivesse implementando a construção de muitos quilômetros de trilhos e circulando País afora os trens de passageiros e de turismo, com a mobilidade urbana a todos “vapor”, porque, repetindo, o Brasil precisa de ferrovias como o sangue de oxigênio e a tarefa que pesa por sobre os ombros das autoridade, é construir muitas ferrovias, imediatamente, a fim de que tenhamos a coexistência do transporte ferroviário: cargas e passageiros, no tempo e no espaço, sem embargos das concessionárias, como vem acontecendo, infelizmente!
Genésio Pereira dos Santos – Associado da Aenfer
Advogado/Jornalista/Escritor
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