Fusionar as forças das lideranças ferroviárias

A grande classe da categoria de trabalhadores em ferrovias, a partir da famigerada “privatização” da extinta RFFSA, perdeu as forças porque as grandes lideranças sindicais se dissiparam, por vários motivos, ao longo das Superintendências Regionais, também   no contexto do modo ferroviário, também por não ter, em quantidade razoável, eleitos representantes para o Congresso Nacional.  As dificuldades surgiram rapidamente e as autoridades governamentais se valem dessa fragilidade reinante, não atendendo as justas reivindicações da classe, principalmente, as que dizem respeito aos reajustes, a cada mês de maio, para os acordos de estilo, desde 1998; que a classe credora de 46%, por inadimplência.

Da década de 1990 para cá, só o que se consegue são migalhas de percentuais, bem abaixo dos índices próprios para os trabalhadores melhorem o seu poder aquisitivo. Os poucos líderes que ainda existem são verdadeiros “esmolantes”, que vivem de pires, pratos, bacias, etc., lá em Brasília, quando se reúnem para discussão de Acordos e Dissídios. Uma vergonha, pasmem!

Não imagina o quão difícil seria manter-se viva a alma ferroviária, representada por esse rico e imenso patrimônio, somando-se a tudo isso às qualidades de ilustres ferroviários e pensionistas, tentam oxigenar o modo ferroviário, mas sempre encontrando obstáculos das autoridades, que não têm, a rigor, a menor boa vontade para que a Justiça seja feita.

As reivindicações são díspares, e as lideranças de idealistas não têm fôlego político para lutar pela classe, desassistida de parlamentares “que só pensam naquilo”, com honrosas exceções, “no tempo e no espaço (meu jargão). Vale aqui declinar o que disse Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás, qualquer um pode começar agora e fazer um novo começo.”

Sendo idealista registro que somente teremos êxito reivindicatórios futuros, a meu juízo, se fizermos uma fusão de número, sindicatos e associações e a abandonemos este pluralismo de forças. Não adianta o trabalho isolado de uma associação ou de um sindicato, e cada um puxando para um lado. Não se augurará. Todos nós estamos imbuídos dos melhores propósitos em prol da desmantelada e enfraquecida classe de trabalhadores em ferrovias.

O saudoso engº ferroviarista Luiz Octávio (1 ano de falecido), se irritava porque se batia à porta das autoridades; faziam-se reuniões e mais reuniões e a coisa não andava e ainda não anda nos trilhos de uma normalidade, como é o recomendável pelo bom senso.

Em matéria de preservação dos bens da ex-RFFSA: trechos, pontes, via permanente, carros e vagões, locomotivas, estações, material bibliográfico, entre outros bens, a partir de 31-05-2007, quem toma conta  do acervo é o IPHAN. Não muito satisfatoriamente. Tenho as minhas dúvidas.

Em verdade, em verdade, não temos capacidade de eleger parlamentares nas 27 Unidades da federação e Assembleias, pois ,sem os impulsos políticos, vamos continuar órfãos e com muita dificuldade no pedaço. Fusionar as forças e lideranças é preciso; já!

Genésio Pereira dos Santos – advogado/jornalista/escritor e associado da Aenfer

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