Depois de 20 anos de abandono e ameaçada de desabamento, após ser atingida por um incêndio, a Estação Ferroviária de Campo Grande, na Vila da Paranapiacaba, em Santo André, está de volta à vida. O prédio histórico inaugurado há mais de 130 anos, com 300 m2 de área construída e 7,5 mil m2 de área externa, foi totalmente restaurado e voltará a ter uso funcional.
O projeto de restauro, com gerenciamento da arquiteta Fabiula Domingues, contemplou a reconstrução total do edifício – telhas, tijolos, madeiramento estrutural, argamassa de revestimento, piso, portas e janelas.
A área externa recebeu novo piso, cerca de alambrado, área de estacionamento e uma iluminação que valoriza o restauro do prédio e destaca sua beleza estrutural.A estação será usada como centro de controle operacional das composições da operadora logística MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou no sentido da capital. O projeto cultural de restauro foi patrocinado pela MRS, concessionária do transporte de cargas pela ferrovia, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com valor aprovado de R$ 1,7 milhão.A iniciativa teve apoio da prefeitura de Santo André e do conselho municipal do patrimônio histórico.
O projeto foi elaborado pelo arquiteto Laerte Gonzales e a obra executada pela Anwal Engenharia. Responsável pela coordenação dos trabalhos, Fabiula disse que o restauro é o primeiro passo para a preservação de um ícone da memória ferroviária brasileira.
HISTÓRICA
Inaugurada em 1º de agosto de 1889, meses antes da Proclamação da República, a estação ferroviária foi construída pela inglesa São Paulo Railway em um contexto de desenvolvimento do estado de São Paulo, impulsionado pelo ciclo do café. A obra foi uma das últimas do período imperial, daí sua importância histórica.
A São Paulo Railway foi a primeira estrada de ferro construída no estado, entre os anos de 1860 e 1867, por investidores ingleses. Os trens levavam passageiros e mercadorias para o litoral, em Santos, e faziam também o percurso inverso, passando por várias cidades até o ponto final, na capital paulista.Construída para ser uma parada de manutenção dos trens que faziam o transporte de madeira extraída na região de Paranapiacaba, a estação de Campo Grande ganhou importância e passou a ser usada para embarque e desembarque de pessoas e, também, para o carregamento de lenha e carvão.
A estação foi construída com materiais importados. As telhas para cobrir o edifício vieram da olaria St. Henry Marseille, da França. O reinado da Rainha Vitória (1837-1901), na Inglaterra, influenciou a construção, que seguiu o estilo vitoriano, com grandes janelas na fachada e tijolos aparentes. As janelas do modelo guilhotina são atribuídas ao inventor britânico Robert Hooke (1635-1703).
Quando já estava sem uso, em 2010, o prédio foi atingido por um incêndio. No início de 2020, quando começou a ser aplicado o projeto de recuperação, o edifício corria o risco de desabar, tomado pela vegetação, umidade e sujeira. Restaurada, a estação volta a representar importante patrimônio para a cultura e a memória ferroviária nacional.
Fonte: https://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/pelo-interior/re…
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