Em visita feita na tarde da última quinta-feira na fábrica da Oyamota Brasil, em Castanhal, o ministro conselheiro econômico-social da República da China, Wang Qingyuan, disse que a tecnologia do seu país na fabricação de produtos ferroviários como vagões, “junto com a mão de obra qualificada e o conhecimento do mercado, como estamos vendo aqui”, pode fazer com que o Brasil se torne o exportador desses produtos para toda a América Latina.
Acompanhado de Roberto Kataoka, diretor da Oyamota, ele disse que, mesmo não sendo especialista no setor ferroviário, observou que “tecnicamente aqui está indo bem”, mas que “é necessário introduzir mais tecnologia para melhorar a qualidade”.
O ministro se encontrou com a equipe formada por oito chineses, todos da província de Hei Lon Jian, funcionários da Qiqihar Railway Rolling Stock, um grupo chinês líder mundial na tecnologia de produção de vagões, e que está trazendo seus conhecimentos para o Brasil, através da Oyamota do Brasil, para, em parceria, construir de vagões destinados ao transporte de minério de ferro de Carajás para o porto do Itaqui, no Maranhão. Wang Qingyuan conversou bastante com seus patrícios, conhecendo um pouco sobre a relação deles com os funcionários castanhalenses que estão com eles construindo os vagões que serão depois instalados sobre os trilhos daquela ferrovia, onde ficarão por três meses em experiência, para que depois possam ou não ser aprovados em definitivo pela Vale.
Bastante animados, esses funcionários disseram ao ministro que acharam “muito bom” o povo brasileiro, mas reclamaram do calor e que já sentem saudades de suas famílias que ficaram na província de Hei Lon Jian, situada ao norte da China, quase com a divisa com a Rússia, e que no mês de janeiro a temperatura chega a 35 graus negativos. Através de um interprete, eles disseram à reportagem que não se acostumaram muito com a comida que encontraram em Castanhal, e que desde quando eles chegaram que só comem churrasco e feijoada, e tomam muito leite de soja. Todos lembraram que, no ultimo dia 12, eles perderam o festival da lua, que é o segundo evento cultural mais importante para os chineses, depois do Ano Novo.
Fonte: O Liberal, 17/09/2011