Tempo de locomoção reduzido pela metade, mais opções de hospedagens durante os megaeventos e oportunidades de novos negócios. Esses são alguns dos benefícios do projeto que liga o Rio de Janeiro a Petrópolis através de barca e trem, liderado pela Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF). Durante reunião no dia 15 de abril, o diretor da AFPF, Antonio Pastori, apresentou detalhes do projeto aos membros do Conselho Empresarial de Turismo Pró-Rio da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Para o Sávio Neves, a iniciativa é um grande ganho para rede de hospedagem da Região Serrana do estado, que hoje está isolada por conta do tempo de viagem de três horas. Com o novo percurso, a viagem duraria cerca de uma hora e meia contra as três horas atuais enfrentadas pelos turistas, no horário de rush, via BR-040. O projeto prevê que cerca de 1500 carros de passeio e 200 ônibus seriam retirados das ruas diariamente. Além disso, Neves ressaltou a possibilidade de negócios no novo percurso.
“A reativação desse trecho Rio-Petrópolis cria oportunidade de negócios ao longo de todo o eixo. A ACRJ pode e deve liderar esse processo de revitalização que afinal depende de uma iniciativa pública o governo do Estado associados às Prefeituras do Rio, Magé e Petrópolis, e também ao Governo Federal que pode chegar ao projeto através do financiamento do BNDES”, ressaltou Sávio Neves.
O trajeto tem três etapas: uma barca, atravessando a Baía de Guanabara, que levaria os passageiros da Praça Mauá (Rio de Janeiro) até a Guia de Pacobaíba (Magé). De lá, um trem partiria na Estrada de Ferro Mauá (Magé) com destino a Raiz da Serra (Magé), onde os passageiros pegariam, finalmente, o Trem Expresso Imperial, chegando a Petrópolis. A nova forma de locomoção, segundo o diretor da AFPF, Antonio Pastori, somam melhorias para o turismo, transporte, meio ambiente e economia do Rio de Janeiro, Petrópolis e Magé.
“Do ponto de vista turístico, ter uma nova rota percorrendo a primeira ferrovia do Brasil tem uma importância histórica muito grande. Outro benefício é uma segunda rota de deslocamento da população de Petrópolis. Hoje a cidade é refém da BR-040, a única via de saída. O trem passa a ser uma opção de deslocamento rápida, segura e tranquila. O beneficio ambiental está relacionado com o fato de que apenas um trem tira cerca de 50 carros de passeio das ruas. E no âmbito comercial, a região que ele envolve precisa de um desenvolvimento que é o trecho que liga a Baixada de Magé à porta dos fundos de Petrópolis, local que não é muito desenvolvido. Colocando o meio de transporte nessa região, estamos promovendo desenvolvimento do local que é carente de mão de obra, emprego e de renda”, ressaltou durante palestra.
Segundo Pastori, para a revitalização dos seis quilômetros de estrada de ferro – que inclui colocação dos trilhos, novos trens, terraplanagem e reforma das estações – não passam de R$ 80 milhões, cerca de 0,2% do valor de um trem de alta velocidade. Estre trecho faz parte da primeira ferrovia do Brasil, inaugurada pelo Visconde de Mauá, patrono da ACRJ, em 1854.
O presidente da ACRJ, Antenor Barros Leal, prestigiou o evento dando boas vindas aos participantes no início da reunião.
Fonte: Associação Comercial do Rio de Janeiro, 16/04/2013
Por Marcelle Martins