Dois meses e meio. Esse é o tempo médio que o carioca passa no ano preso nos engarrafamentos, de acordo com estudo do engenheiro de transportes Fernando MacDowell. Seja pela manhã, ou no fim da tarde é cada vez mais raro chegar ao destino sem enfrentar congestionamentos, independentemente de obras ou acidentes na pista. Faltando uma semana para o “Dia Mundial Sem Carro”, celebrado no próximo domingo, o EXTRA percorreu algumas das vias com maior fluxo de veículos da cidade.
Dependendo do horário, atravessar trechos curtos pode levar mais tempo do que uma viagem interestadual ou até internacional. Cruzar cerca de 18 quilômetros pela Autoestrada Lagoa-Barra e parte da Avenida das Américas demorou quase três horas na noite de quinta-feira. No mesmo tempo, seria possível chegar de carro a Juiz de Fora, em Minas, ou ir de avião à Argentina. Na Lagoa-Barra circulam 12 mil veículos no pico da manhã e quatro mil à tarde, segundo a CET-Rio.
Na Ponte Rio-Niterói, que segundo a CCR Ponte recebe cerca de 35 mil carros nos picos, a lentidão dura até 5 horas. No Centro, os gargalos nas avenidas Francisco Bicalho e Presidente Vargas, que juntas recebem mais de dez mil veículos no rush da noite, exigem paciência. Na Presidente Vargas foram 30 minutos da Central a Leopoldina, na sexta-feira, de ônibus.
Em pé dentro do coletivo da linha 386 (Passeio – Anchieta) o vigilante Victor Brito, 32 anos, se preparava para as duas horas engarrafado na Avenida Brasil, que recebe mais de 16 mil veículos no pico da noite.
Todo dia enfrento isso na ida e na volta.
Fonte: Extra, 21/09/2013