Uma viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro, pela ponte aérea, leva cerca de 50 minutos. De carro, não se faz em menos de cinco horas. Mas um novo meio de transporte, chamado Hyperloop, promete fazer o mesmo trajeto em menos de 25 minutos.
A tecnologia, criada pelo bilionário Elon Musk, fundador da fabricante de carros elétricos Tesla, está em fase de implementação em alguns países e, segundo o presidente da Hyperloop TT, uma das empresas que está desenvolvendo o projeto, pode chegar ao Brasil em 2025.
“O Brasil deve figurar na segunda leva de investimentos, prevista para daqui a cinco anos”, afirma Dirk Ahlborn, fundador e chairman da companhia, que virá ao Brasil, em março, para participar do CIO Lab, evento de tecnologia promovido pela Experience Club. As obras do primeiro empreendimento da Hyperloop TT começam este ano, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Neste momento, o executivo trabalha para viabilizar parcerias com a iniciativa privada e tornar realidade o projeto no país. Segundo Ahlborn, o mais provável é que o Hyperloop seja financiado por empresas, e não pelo governo.
Sem citar nomes, ele afirma que há conversas avançadas com companhias de infraestrutura e concessionárias de rodovias. “O Hyperloop por aproveitar infraestruturas já existentes. É possível por exemplo, utilizar as próprias rodovias”, afirma Ahlborn.
A Hyperloop TT tentou iniciar conversas com governos estaduais, mas elas não avançaram. Ahlborn revela dificuldades em negociar com o governo de João Dória, em São Paulo. Há dois anos, a companhia esteve próxima de construir um centro de inovação em Belo Horizonte, mas os planos naufragaram por falta de recursos públicos.
Outro obstáculo para a implementação do projeto é a legislação. É preciso que haja uma regulamentação específica para este modal de transporte. Segundo Ahlborn, a empresa vem conversando com o Governo Federal e espera algum movimento ainda este ano.
A ideia do Hyperloop é reproduzir em solo as mesmas condições encontradas pelos aviões na altitude. O transporte é feito por cápsulas que viajam dentro de um tubo de baixa pressão atmosférica. No lugar de trilhos, há um sistema magnético, que faz as cápsulas flutuarem dentro dos tubos.
Sem o atrito do vento ou dos trilhos, as cápsulas alcançam velocidades que podem ultrapassar 1.000 km/h, com baixo consumo de energia. “O ideal é que o sistema não seja enterrado, como o metro, para aproveitar a energia solar”, afirma Ahlborn.
Em 2013, Musk abriu a propriedade intelectual da tecnologia para que outras empresas a desenvolvessem. O projeto atraiu investidores como o bilionário Richard Branson, da Virgin, que criou a Hyperloop One, concorrente da Hyperloop TT.
Uma viagem do Rio a São Paulo pelo sistema, considerando as irregularidades do terreno, levaria menos do que 25 minutos, segundo Ricardo Penzin, diretor da Hyperloop TT na América Latina. O trajeto entre São Paulo e Campinas levaria cerca de seis minutos.
Apesar de ser atrativa, a rota entre São Paulo e Rio de Janeiro não deve ser a primeira a receber o Hyperloop. O mais provável é que um trajeto mais curto, como o entre a capital paulista e Campinas, seja viabilizado antes.
Fonte: exame.abril.com.br