75% das empresas de transporte apresentaram queda

A CNT – Confederação Nacional do Transporte divulgou nesta quinta-feira, 23 de julho de 2020, os resultados da 4ª rodada da Pesquisa de Impacto no Transporte Covid-19

Como esperado, o setor de transporte registrou queda de demanda pelo quarto mês consecutivo.

A CNT considerar que o segmento de transporte de passageiros tem registrado as retrações mais significativas no volume de demanda, o que justifica a liberação emergencial de recursos para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro, que foi profundamente abalado por causa da crise.

Segundo o levantamento, 74,6% das transportadoras acusaram diminuição da demanda em junho. Mais da metade delas (57,2%) avaliou que essa retração foi grande.

Além da queda de demanda e faturamento, as empresas sofreram com as dificuldades de acesso a crédito, situação que persiste desde o início da pandemia.

A pesquisa CNT apurou que mais de um terço das empresas (34,0%) precisou recorrer ao crédito rotativo, linha com as taxas de juros mais elevadas do mercado.

O levantamento ouviu 858 empresas de cargas e de passageiros, de todos os modais de transporte, entre os dias 9 e 15 de julho.

Ainda segundo o levantamento, quase 80% das transportadoras projetam impactos negativos da crise em sua empresa por pelo menos mais quatro meses.

Do total de empresas pesquisadas, 26,4% delas afirmou que consegue permanecer operando com recursos próprios por, no máximo, mais um mês. Até meados de julho, 21,3% já tiveram de recorrer a linhas de financiamento para complementar o fluxo de caixa e cobrir as suas operações.

QUEDA DE FATURAMENTO

Do total de empresas, 60,7% apontara queda de faturamento, e 41,8% das transportadoras declararam que estão com sua capacidade de pagamento comprometida.

Vander Costa, presidente da CNT, afirma ser urgente a apresentação de um plano de socorro imediato às transportadoras, de modo a oferecer uma linha de crédito exclusiva e pré-aprovada, com taxas de juros reduzidas e carência estendida. “Entendemos que, após quatro meses de pandemia, se as iniciativas governamentais durante a crise não refletirem, na prática, o socorro emergencial efetivo às empresas, muitas transportadores irão encerrar suas atividades e segmentos, como o urbano de passageiros, podem entrar em colapso, o que certamente comprometerá o funcionamento e o abastecimento das cidades brasileiras, além da retomada da atividade econômica.”

Segundo a pesquisa, as empresas de transporte consideram como prioritárias pelo setor no atual momento a importância da isenção de tributos federais durante a pandemia (apontado por 50,8% das empresas) e a disponibilização de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas (50,7%).

Até meados de julho, 42,5% das empresas de transporte ouvidas pela pesquisa CNT já haviam adotado a suspensão temporária do contrato de trabalho como uma alternativa para dar algum alívio ao seu fluxo de caixa – 42,7% recorreram à redução proporcional de jornada e salários, e 43,6% precisaram utilizar demissões como alternativa de última instância.

Números da Pesquisa:

– 74,6% das empresas de transporte apontaram que houve diminuição da demanda em junho

– 60,7% indicaram uma nova diminuição do seu faturamento em junho

– 80,1% esperam uma nova diminuição do seu faturamento em julho

– 79,8% projetam impactos negativos da crise em sua empresa por pelo menos mais quatro meses

– 41,8% afirmaram que a capacidade de pagamento está muito comprometida – dificuldade para manter gastos com a folha de pagamento, parcelas de financiamentos, tributos, aluguéis, entre outros

– 26,4% conseguem permanecer operando com recursos próprios por, no máximo, mais um mês

– 21,3% já precisaram recorrer a linhas de financiamento para complementar o fluxo de caixa e cobrir a sua operação

– 52,0% solicitaram aos bancos algum tipo de financiamento, sendo que mais da metade delas (54,3%) teve a sua solicitação negada

–  39,6% das que conhecem o Pronampe solicitaram crédito pelo programa, sendo que 90,1% tiveram a solicitação negada ou ainda esperam o retorno do pedido.

– 34,0% precisaram recorrer ao crédito rotativo desde o início da pandemia

– 42,5% das empresas de transporte já haviam adotado a suspensão temporária do contrato de trabalho como uma alternativa para dar algum alívio ao seu fluxo de caixa

– 42,7% recorreram à redução proporcional de jornada e salários

– 43,6% precisaram utilizar demissões como alternativa de última instância

– 50,8% enfatizam a importância da isenção de tributos federais durante a pandemia

– 50,7% destacam a necessidade de disponibilização de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas

Fonte: Diário do Transporte,23/07/2020

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