RIO – Parte da paisagem carioca, o VLT desbrava novos caminhos no Centro do Rio. Diariamente, por volta das 21h, são realizadas viagens experimentais entre a Praça Quinze e a Praça da República (Campo de Santana). Nesse trecho de 2,4 quilômetros haverá mais quatro estações que farão parte da linha 2 do VLT: Saara, Praça Tiradentes, Colombo e Praça Quinze. A operação atualmente é restrita a técnicos e engenheiros da prefeitura. A secretaria municipal de Transportes não informa quando o público poderá usar o sistema. Mas, de acordo com Jorge Arraes, secretário especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar), o embarque de passageiros começará na segunda semana de dezembro.
— Vamos repetir a mesma programação de quando inauguramos o VLT em julho. Na segunda semana de dezembro começaremos com a operação assistida, que permite o embarque de passageiros sem a necessidade de pagamento. Em seguida, provavelmente no dia 15, iniciaremos a operação comercial — afirma Arraes.
A partir da inauguração, o sistema contará com 18 pontos de parada para passageiros. O projeto, no entanto, prevê a construção de 28. Os dez restantes ficarão como pendência para o próximo prefeito.
MARECHAL FLORIANO: DESAFIO
A linha 2, prevista para começar a operar com todas as estações em setembro, será entregue incompleta no mês que vem. A ligação da Estação Saara com a Vila Olímpica, na Gamboa, passando pela Central do Brasil, ficará pronta apenas no ano que vem. De acordo com Arraes, houve um contratempo na instalação dos trilhos do VLT na altura da Avenida Presidente Vargas. Segundo ele, no subsolo da via, havia equipamentos da Light que impediam o avanço do serviço.
O maior desafio da obra do VLT será na Avenida Marechal Floriano. De acordo com o projeto, a via será cortada pela futura linha 3 do sistema e precisará ser totalmente fechada para a implementação dos trilhos. A previsão para o início da obra é no primeiro trimestre do ano que vem. A futura linha sairá da Central do Brasil, seguindo até a Cinelândia.
Toda a primeira etapa, que começa no Aeroporto Santos Dumont e segue até a Rodoviária Novo Rio, está concluída e em operação desde julho deste ano. A exceção são as estações São Diogo e Praia Formosa, que ainda não foram construídas. Hoje, o local onde ficarão os pontos de parada para passageiros são utilizados como área de manobra para os trens do VLT.
De acordo com a concessionária que opera o sistema, entre 25 mil e 35 mil pessoas utilizam o transporte diariamente. Quando estiver com todas as linhas em operação, a estimativa é que até 300 mil passageiros usem o serviço por dia.
Para o engenheiro Ronaldo Balassiano, professor da Coppe/UFRJ, a expansão para linha 2 trará mais passageiros, porque o trem do VLT passará por locais onde há muita demanda, como a região das barcas, na Praça Quinze.
— O corredor atual do VLT não integra tantos módulos de transporte de massa. A única integração onde há mais demanda é na rodoviária Novo Rio. Acredito que, nessa segunda fase, mais passageiros entrarão no sistema, principalmente por fazer conexão com as barcas e, no futuro, com a Central. O VLT ainda está com um perfil turístico. Precisa tornar-se uma opção para integrar com ônibus, trem e metrô.
Apesar de projetar um aumento na demanda, o engenheiro critica a ausência de um cartão único que sirva para andar em todos os modais, como ocorreu na Olimpíada:
— O cartão, por exemplo, do metrô não serve para usar no VLT. Isso provoca contratempos, até porque a venda de cartão nas estações não é eficiente.
Fonte: O Globo, 25/11/2016
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