Acordo cria ramal ferroviário

Um contrato assinado entre a MRS Logística e a Novelis, fabricante de bobinas de alumínio laminado, prevê o surgimento de um ramal ferroviário em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba.

A intenção é ligar a planta industrial da Novelis à ferrovia, para o transporte até os portos de bobinas de alumínio e produtos recicláveis do metal.

O ramal, que nada mais é do que uma rota auxiliar -ou subsidiária- de uma linha-tronco, já está em obras e integra um projeto com investimento total de R$ 650 milhões, que inclui a expansão da fábrica da Novelis no interior paulista, com um aumento da capacidade de produção. Das atuais 100 mil toneladas de chapas de alumínio, a capacidade produtiva anual será de 680 mil toneladas.

Ele vai conectar a fábrica à linha da MRS, que atende os portos de Santos, Itaguaí (RJ) e Rio de Janeiro.

Embora seja um ramal para atender a demanda específica das duas empresas, curto, portanto, o surgimento mostra que o transporte ferroviário, ainda que lentamente, tem apresentado crescimento no volume transportado.

No ano passado, a produção ferroviária atingiu 407 bilhões de toneladas no país, aumento de 195% em relação a 1996 -quando as ferrovias começaram a ser concedidas pelo governo federal-, segundo a ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).

As ferrovias transportam, porém, apenas 20,7% das cargas, ante 61,1% do sistema rodoviário, conforme a CNT (Confederação Nacional do Transporte). O mercado projeta que, com novas concessões e a renovação antecipada das atuais, a fatia de mercado poderá até dobrar no intervalo de uma década.

Se o índice global ainda é baixo, em algumas commodities o setor ferroviário tem números expressivos. Mais de 50% do açúcar exportado chega aos portos por ferrovias. Em minérios, o índice supera 95%.

O ramal em Pindamonhangaba terá 1,4 quilômetro de trilhos, incluindo duas linhas e um terminal externo de manobra, que permitirá escoar a carga com origem e destino aos portos. A obra deve ser concluída em até quatro meses.

Segundo a MRS, foi a primeira vez que foi fechado um contrato para o transporte de contêineres que prevê a construção de um ramal. O acordo é válido por cinco anos.

A concessionária, criada em 1996, administra 1.643 quilômetros de malha ferroviária em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Fonte: https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/06/13/ac…

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