A Brado, subsidiária de movimentação de contêineres por ferrovia do grupo América Latina Logística (ALL), firmou uma parceria para operar na malha da concessionária MRS Logística que leva cargas a Santos. As composições saem de Campinas com destino ao porto paulista, no terminal da Santos Brasil, onde são enviadas ao exterior.
São duas as motivações para a parceria. A primeira é alcançar mercados fora da malha da ALL. Outra é a economia de tempo da operação. “Existe uma questão principalmente no fluxo Campinas-Santos de ter uma opção mais rápida. Pela MRS, temos um acesso mais curto pelo fato de ela usar um percurso diferente”, afirma José Luis Demeterco, presidente da Brado. Segundo ele, enquanto chegar a Santos pela malha da ALL demora 48 horas, pela da MRS o tempo se reduz a menos da metade: 19 horas.
As cargas da Brado começaram a ser transportadas na malha da MRS em fase de testes em setembro. As cargas são de papel e celulose, grãos, bens de consumo e autopeças. Ainda existe interesse das empresas em transportar eletrônicos e varejo.
“Essa parceria veio para aumentar o transporte de contêineres pela ferrovia. A possibilidade de atuar em parceria com a MRS abre as portas para operarmos em outras malhas e, com isso, aumentarmos o nosso volume”, explica o presidente da Brado.
A controlada da ALL pretende, inicialmente, movimentar 200 contêineres ao mês pela malha e já estuda aumentar o volume. “Queremos chegar a 1000 contêineres em importação e 500 em exportação ainda em 2014”, afirma.
Na primeira etapa, o carregamento está sendo feito nas composições da MRS Logística e as duas empresas avaliam o uso de vagões da Brado na malha da MRS. Também pode haver investimento em novos ativos de material rodante (vagões e locomotivas) por parte da Brado para atender a demanda.
Quando criada, em 2011, a Brado previa investir cerca de R$ 1 bilhão em cinco anos. Recentemente, recebeu um novo acionista, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo Indeterminado de Serviço (FI-FGTS), da Caixa Econômica Federal. Com aporte de R$ 400 milhões, o fundo passou a ter 22,22% de participação em seu capital. A ALL mantém o controle com 62,22%, a Brado tem ainda a participação da Standard Logística, que ficou com 15,56%.
Fonte: Valor Econômico, 06/01/2014