Moradores da Rua Barão da Torre, em Ipanema, continuam assustados com os problemas ocasionados durante as obras do Metrô na região. Vazamentos e rachaduras não param de aparecer e tiram o sono de quem mora entre as ruas Teixeira de Melo e Farme de Amoedo.
Um novo vazamento surgiu nesta quarta-feira, na entrada do prédio 133. No fim da manhã, a professora Carolina Souza, de 30 anos, saía de casa quando percebeu o problema e avisou aos técnicos do Consórcio da Linha 4. Quando retornou, 12h depois, ficou mais assustada. O problema aumentou e uma poça enorme tomava conta da calçada, mesmo local onde abriu uma cratera no domingo, 11.
— Ninguém fez nada. Fiz questão de mostrar o problema aos técnicos. Eles disseram que o problema seria da Cedae e quando eu cheguei em casa vi que a situação só piorava. Agora, eu disse que chamaria a reportagem e eles responderam que bombeiros do Consórcio já estavam a caminho. — contou ao O Globo durante a madrugada desta quinta-feira.
Por volta da 0h15m, a reportagem do Globo chegou à Rua Barão da Torre. Alguns funcionários faziam a segurança do local, outros cumpriam o expediente. Os bombeiros chegaram por volta da 1h, mais de 12h depois da detecção do problema pela moradora.
— É um descaso total. O que mais me deixa assustada é que os responsáveis pela obra não estão preocupados com a segurança dos moradores. O compromisso deles é entregar o trabalho pronto em 2016 e pronto — falou com indignação.
Morador do prédio 141, o psiquiatra Arão Pomeraniec, de 65 anos, disse não aguentar mais o descaso.
— Não dá mais para aguentar. A promessa era que esse transtorno terminasse no fim do ano passado. Nosso maior medo é que eles tenham atingido o lençol freático — ressaltou, enfatizando as rachaduras do lado de fora do prédio e também no interior de seu apartamento. As fissuras também podem ser vistas nas paredes externas do Hospital Ipanema Plus.
Segundo o vice-presidente do Crea-RJ, Manoel Lapa, durante avaliação técnica solicitada pelo Globo na tarde desta quarta-feira, a estrutura dos prédios daquela rua não foi comprometida. De acordo com Lapa, O Tatuzão, máquina usada para escavar o túnel, está sob a Rua Barão da Torre e se encontra num momento de transição entre a rocha e a areia, podendo ocorrer alguns deslizamentos do solo.
— É uma coisa que não deveria acontecer, mas pode ter ocorrido uma falha operacional – avaliou.
O engenheiro acrescentou ainda que, às vezes, o equipamento precisa de alguns ajustes na transição do terreno rochoso para a areia, e essa adaptação pode não ter sido feita, por motivos técnicos ou até mesmo por falha humana.
No último domingo, uma cratera abriu na altura dos números 133, 137 e 141 da Rua Barão da Torre e assustou a vizinhança. Por conta disso, a Defesa Civil determinou a interrupção das obras de escavação até que seja identificada a causa do problema que levou a abertura da cratera. Outra exigência da Defesa Civil é a apresentação de medidas de segurança para a continuidade dos trabalhos.
Fonte: Extra, 15/05/2014
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