O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) deu parecer favorável à abertura de estudos para o tombamento de uma série de carros de passageiros da extinta Estrada de Ferro Sorocabana.
Hoje, esses bens estão abandonados pelo estado, em cidades como Mairinque, Anhembi, Ribeirão Preto e Botucatu.
No total, de acordo com o Condephaat, o estudo vai contemplar 12 vagões que eram utilizados no transporte de passageiros pela Sorocabana. Com a abertura dos processos, os bens ficam, por lei, preservados até que haja uma decisão final sobre cada um dos carros.
“[Fica] Proibida qualquer intervenção que possa vir a descaracterizar os referidos bens, sem prévia autorização do Condephaat, podendo ser punido o descumprimento do acima disposto com as sanções penais previstas”, diz trecho da publicação do órgão de preservação paulista sobre a abertura do processo.
Para Eric Mantuan, presidente da Sorocabana – Movimento de Preservação Ferroviária, a proteção prevista por lei impedirá que os carros sejam danificados nos locais em que estão atualmente.
Quatro dos vagões estão sob responsabilidade da concessionária Rumo, enquanto os outros oito são de responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
O temor da associação é que ocorra danos como os registrados em dezembro num vagão construído há 67 anos e que estava estacionado nas dependências da oficina de Mairinque. Ele era alvo do próprio movimento de preservação de Sorocaba.
Não é a primeira vez que o Condephaat toma tal medida em relação aos bens da extinta Sorocabana.
Em 2018, o conselho abriu processo que pode resultar no tombamento de dezenas de antigas locomotivas elétricas, de vagões e de um complexo ferroviário no interior paulista.
Conforme o órgão, 42 itens, a maioria locomotivas, passarão pelo estudo que pode resultar no tombamento. Desse total, 17 locomotivas pertenciam à Estrada de Ferro Sorocabana.
ACERVO
A associação de Sorocaba tem como objetivo restaurar bens ferroviários e implantar um trem turístico na região. O acervo da entidade atualmente é composto por 5 locomotivas (2 diesel, 2 elétricas e 1 diesel-mecânica), 10 carros de passageiros e 3 vagões de carga. Tem, ainda, convênio com a prefeitura para operar a fazer a manutenção de uma locomotiva a vapor (maria-fumaça).
Desses, estão em condições de operar hoje 2 locomotivas e 1 carro de passageiros. Os demais necessitam de restauro.
Criada em 1870, a Estrada de Ferro Sorocabana começou a operar cinco anos depois e foi extinta em 1971, quando foi uma das cinco empresas que originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.).
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