O governo do estado assina nesta quarta-feira o contrato para compra de mais 60 trens referentes à licitação vencida pelo consórcio chinês CMC, CNR, CRC. As composições custaram, ao todo, 306,5 milhões de dólares (R$ 543 milhões). Os primeiros carros desta leva, segundo a Secretaria estadual de Transporte, começam a chegar daqui a 18 meses. Em 2009, o governo já comprara 30 trens do mesmo consórcio, após processo licitatório. A secretaria informou que cada trem desse novo contrato custou 18,58% mais barato do que cada um dos adquiridos em 2009.Desses 30 trens já adquiridos, 26 já estão em operação, e quatro vão entrar, no máximo, daqui a um mês, segundo a SuperVia. A entidade calcula que, até 2014, haverá uma frota de 191 trens, todos com ar-condicionado. Atualmente, a frota é de 163, mas há 49 com mais de 50 anos de existência. Estes serão todos substituídos, assegura a secretaria, até a Copa do Mundo. Hoje, a idade média dos trens é de 30 anos; em 2014, será de 16 anos.
Pelo contrato de concessão, a SuperVia terá de investir na aquisição de mais 30 novos trens. Mas a assessoria de imprensa da concessionária não informou de quanto será o investimento e quando os trens chegarão.
As informações — que projetam uma melhora do sistema ferroviário no estado, inclusive com a diminuição dos intervalos entre os trens —foram apresentadas nesta segunda-feira a representantes do mercado imobiliário pelo secretário estadual de Transporte, Júlio Lopes, e pelo presidente da SuperVia, Carlos José Cunha. Eles querem disponibilizar áreas no entorno das estações e da linha férrea, a fim de incentivar novas construções e, por consequência, adensar os bairros por onde passa a linha férrea, na capital e na Região Metropolitana.
Presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário, José Conde Caldas afirmou que o mercado deve responder positivamente à oferta do governo do estado.
— Em áreas como Méier, Santa Cruz, Bangu e Campo Grande, o grande problema é o transporte. Com a chegada de novos trens, reforma das estações e melhora na operação do sistema, esses lugares passam a ser atraentes ao investimento de moradias para a classe C, pois, com o transporte sobre trilhos desenvolvido, eles ficam mais próximas de seus centros de trabalho — disse Conde Caldas.
O principal investimento em estação é na Central do Brasil. Carlos José Cunha disse que nela está prevista a construção de um shopping. Ele informou que, entre as condições impostas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está a restauração completa do prédio da Central do Brasil. De acordo com a assessoria de imprensa do Iphan, o projeto do shopping na Central ainda não chegou à entidade, e a SuperVia ainda não apresentou um projeto que abranja não só as dependências utilizadas pela própria SuperVia como também as dependências ocupadas pela Polícia Civil no prédio da Central do Brasil.
Fonte: O Globo, 22/10/2012